sábado, 24 de setembro de 2011

Conto:

                                                     ETERNAMENTE JUNTOS


Já era mais ou menos por volta das 22:00 hs, quando Liz e Tom retornam para o apartamento do casal. Liz fica muda o trajeto todo deles de volta para casa. Tom chama pela mulher:
- Querida, porque está zangada comigo? Queridaaaaa.........
- Lizzzz???? O que foi? Fiz algo errado?
Eu não deveria saber o que foi pelo menos então? 
 – Espera querida....por favor vai!!!! FALA COMIGO!!!!!!!
 – Está bem... vamos lá....o que combinamos a respeito de ter filhos? Que quando estivéssemos prontos, comprássemos um apartamento maior, melhorássemos de vida, aí sim planejaríamos  uma criança, não foi Tom? Mas o que vc fez? Falou para os meus pais e para todos que estavam presentes naquela droga de jantar que eu não queria filhos agora e blá blá blá, vc é ridículo!!!!!!!!
- Nossa! Não acredito que está assim zangada comigo por isso. Ahhhh por favorrr vai, desnecessário amor!
 - Viu?
- Vi o que?
- Eu sei o que realmente está dizendo até mesmo quando você não diz nada.
- Você se refere às duas conversações. A que estamos tendo e a que você pensa que estamos tendo, não é mesmo?
– Como assim desnecessário? Você não tá nem aí pra nada Tom, só pensa em você, para mim isso importa e muito viu, você fala as coisas sem pensar, é inconseqüente, isso sim!
- O que você quer, Liz? O que? Pois estou cansado de tentar descobrir. Quer um filho? Vamos fazer um então! Ou o que? Não quer? Quer que eu volte e fale pra todos que exagerei e que você quer ter filhos? Euuuuuuuuuuuuuuuuuuu sei o que eu quero pra mim. Você sabe por acaso? Porque se não for eu, se não for nós.... me fala agora!!!!!!
 - Ou o que? Vai embora?
- Quer que eu vá?
 - Se preferir. Fique a vontade!!!
 - Não me provoque Lizzzzzzz.... ahhhhhhhhhhhhh!
Num súbito movimento de silêncio, Tom levanta-se decidido, abre a porta do apartamento e sai. Liz persegue seus passos em câmera lenta. 
 - Oh, que reprimente! Já terminamos amor, posso voltar?
– Sim, me desculpe. Me desculpe. Me desculpe, amor. Me desculpe mesmo!!!
OS DOIS – Se beijam e se abraçam.....
No dia seguinte, Tom e Liz atrasados, saem para o trabalho. Tom deixa Liz na Editora. A despedida foi simples....era uma quinta-feira fria, como outra qualquer, mas não para Tom.
- Te amo meu amor, bom trabalho! ( Liz beija Tom !)
- Bom trabalho também amor! Te amo!
Já era por volta das 14:00 hs, quando Tom começa sua reunião na empresa. Ele interrompe a mesma ao sentir um aperto forte no peito e pensa na mesma hora em Liz. Confuso, ele finalmente se lembra de partes de seu sonho da noite anterior ou melhor do pesadelo que tivera, e a única coisa que o tranqüilizaria naquele momento, seria falar com a mulher, pois a mesma iria à Búzios naquele mesmo dia acompanhar uma matéria para sua revista. Tom fala para seus companheiros de trabalho:
- Não estou me sentindo bem, preciso sair gente, me desculpem!
 Tom sai correndo e liga para a mulher. Liz atende:
– Está tudo bem querido, o que foi? Dentro de 10 minutos já estamos à caminho de Búzios para a sessão de fotosm viuuuu? !
Tom, sem saber porque, mas ainda muito aflito, diz:
-  ....Amor....  (Tum Tum Tum Tum.... a bateria de Tom acaba.... )
- (Tom fala sozinho) Eu preciso pedir para Liz que não vá viajar!!! O que será isso que está me deixando assim meu Deus? Como um pressentimento ruim... talvez uma intuição...? Seja lá o que for, está me matando, não sei o fazer!
 Tom fica incomunicável, sem celular, no caminho de volta pra casa.
 Tom chega em casa, coloca rapidamente seu celular para carregar, liga várias vezes para o celular de Liz e nada.... só dá caixa postal !
- Que drogaaaaaaaaaa de caixa postal, AHHHHHHHHHHHH!
 O telefone da casa toca, Tom atende e recebe a notícia que Liz havia sofrido um grave acidente. Ele deixa o telefone cair, e vai rapidamente para o local.
 Tom calado, acompanha o corpo da mulher até o hospital. Ele chora, sente necessidade de gritar seu amor... Mas ela morre, dando-lhe um último olhar de adeus.
No cemitério, chovendo muito, Liz em forma de espírito aparece e dá a mão para Tom. Tom sente a presença dela.
 Logo após, sem sentido ou cautela, Tom, apático, pedindo compreensão,  ensopado da chuva, em frente a uma ponte, olha para o mar, e uma espécie de filme passa em sua mente, um filme lindo que para ele podia ter  tido um final feliz.
Tom fala para si mesmo: “ Me perdoe amor, me perdoe por não ter lhe salvado....”
 De repente, quando Tom olha pro lado, ele se depara com uma criança linda, que se aproxima dele e lhe diz:
Esse colar pertence a ti, encontrei-o aqui perto (era o colar de Liz). Não fica triste não, em breve nos encontraremos, já está escrito!  ( E a criança sai correndo).
LIZ MORRE SEM SABER QUE ESTAVA ESPERANDO UM FILHO DE TOM.

Autoria: Amanda Parisi
 Um sonho? Uma intuição? Nem eu mesma sei explicar para falar a verdade. É um conto que mostra como podemos modificar nosso destino até certo ponto, que em questão de minutos tudo pode vir a mudar. Não é para ser somente lido, mas sentido. Lida com sentimentos controvertidos como arrependimento, culpa, impotência, amor, cuidado, saudade, medo.
Espero que vocês gostem!!!!!
Bisoussssss

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